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Motiva elabora quase 5 mil planos de adaptação climática para fortalecer a resiliência de rodovias, aeroportos, metrôs e trens

Com base em cenários do IPCC até 2050, Companhia identificou os principais riscos climáticos, quilômetro por quilômetro, dos seus ativos

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Escrito por Motiva, em 02/10/2025

Companhia alcança a meta de ter 100% dos ativos com riscos significativos com planos de adaptação até o final de 2025 e fortalece a sua liderança setorial nesta agenda. Créditos: Motiva.

São Paulo, 2 de outubro de 2025 – A Motiva, a maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, acaba de concluir a elaboração de cerca de 5 mil planos de adaptação climática para tornar as suas concessões de rodovias, trilhos e aeroportos mais resilientes frente à ocorrência cada vez mais frequente de fenômenos climáticos extremos. Com a iniciativa, a Companhia alcança a meta de ter 100% dos ativos com riscos significativos com planos de adaptação até o final de 2025 e fortalece a sua liderança setorial nesta agenda. 

 

“Ao desenvolver planos de adaptação climática para todos os ativos com riscos significativos, a Motiva está incorporando a resiliência climática como parte integrante da sua estratégia. O nosso foco está na proteção da vida de clientes e colaboradores, na redução de riscos que possam comprometer a continuidade dos nossos serviços e na geração de valor para a sociedade”, afirma a diretora de Sustentabilidade da Motiva, Juliana Silva. 

 

Para este trabalho, foram considerados dois cenários para o aumento das temperaturas do planeta (SSP2-4.5 e SSP3-7.0) em um horizonte até 2050, elaborados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O estudo levou em conta os riscos físicos, e contemplou sete ameaças climáticas aos ativos da Companhia: ondas de calor, seca, incêndios florestais, deslizamentos, ventos fortes, inundações e tempestades. Para os chamados riscos de transição, foram contempladas quatro classificações: riscos de mercado, reputacional, regulatório/legal e tecnológico. 

 

A partir da análise detalhada, quilômetro a quilômetro, dos mais de 4 mil quilômetros de rodovias administradas pela Motiva, dos trechos entre as suas 120 estações de trens, metrôs e VLT e das zonas aeroportuárias dos seus 17 terminais no Brasil, a Motiva identificou quais são as concessões mais críticas em termos de adaptação climática, quais são os principais riscos (físicos e de transição) para cada plataforma de negócio e fez estimativas iniciais do impacto financeiro da ocorrência dos eventos climáticos, considerando danos à infraestrutura, interrupção da operação e atraso nas obras. 

 

O diagnóstico identificou que tempestades estão entre as principais ameaças climáticas para todos os negócios da Motiva. Em rodovias, outras duas são inundações fluviais e deslizamentos de terras. Em aeroportos e trilhos, também surgem as ondas de calor. Para organizar as estratégias e mitigação dos riscos mapeados, foram elaborados 4,86 mil planos de adaptação climática, sendo 4,02 mil para as concessionárias rodoviárias, 657 para trens, metrôs e VLT e 182 para o segmento aeroportuário.  

 

Entre as medidas previstas para mitigar cada ameaça climática em cada plataforma estão adaptação da estrutura de trilhos para suportar altas temperaturas, reforço em drenagem para mitigar inundações, monitoramento de propriedades físicas de ativos em ondas de calor, adequações em aeroportos para enfrentar chuvas intensas, adaptação dos padrões de construção, aumento da frequência de manutenção de sistemas de drenagem, monitoramento da condição do solo e do subleito, incorporação de áreas verdes nas áreas dos aeroportos. Estas ações foram divididas entre estruturais e não-estruturais, e categorizadas como preventivas, de mitigação e respostas à emergência.  

 

 

Próximos passos da estratégia de resiliência climática 

 

Uma vez mapeados os riscos aos ativos e estabelecidos os seus planos de adaptação climática, os próximos passos são definir as ações de mitigação que serão priorizadas e incorporadas aos investimentos da Motiva nos próximos anos. A expectativa é de que esta etapa, com as devidas validações internas, esteja finalizada até primeiro trimestre de 2026, com a incorporação dos planos nas discussões orçamentárias para 2027. 

 

A conclusão do trabalho também possibilita que a Motiva avance nos trabalhos para atender às normas IFRS S2, que estabelece os requisitos para divulgação de riscos e oportunidades relacionados ao clima que podem afetar a tomada de decisão dos investidores. O reporte destas informações é voluntária em 2026 e obrigatória para as empresas de capital aberto em 2027. 

 

A divulgação mais detalhada sobre os impactos financeiros dos riscos climáticos está prevista para ocorrer no Relatório de Sustentabilidade a ser publicado em 2026. O Projeto de Riscos Climáticos contou com a participação de diversas áreas da Motiva, lideradas pelas diretorias de Sustentabilidade, Gestão de Riscos e Segurança Empresarial & Cibersegurança, e contou com o suporte técnico da WayCarbon. 

 

 

Pioneirismo em resiliência climática 

 

A definição dos quase 5 mil planos de adaptação climática representa um novo avanço da Motiva na sua estratégia de resiliência climática, lançada de forma pioneira no setor de infraestrutura de mobilidade no ano passado. A iniciativa incorporou o tema das mudanças climáticas como variável na estratégia de negócios, ao influenciar os planos de crescimento da Companhia e a gestão das suas concessões no dia a dia. 

 

A estratégia de resiliência climática da Motiva foi organizada em duas frentes. Uma, mais estratégica, se concentrou no mapeamento dos riscos em todos os ativos e na estimativa dos custos financeiros dos impactos causados pelos eventos climáticos, com base nas recomendações da Task Force on Climate Related Financial Disclosures (TCFD), considerando os cenários de eventos climáticos no horizonte de até 2050. Foi esta frente que se desdobrou nos planos de adaptação climática. 

 

A segunda frente compreende o uso de informações climatológicas e meteorológicas de curto e médio prazo para mensurar os impactos destas variáveis nas estratégias de negócio e na gestão operacional dos ativos. Em parceria com a MeteoIA, startup de tecnologia focada no desenvolvimento de modelos de Inteligência Artificial para previsão de variáveis climáticas e dos seus impactos, a Motiva tem acesso a relatórios de climatologia com previsões nos próximos três e cinco anos. As informações são usadas, por exemplo, para estimar curvas de crescimento de mercado, no planejamento de obras e orçamentos e na avaliação de novas concessões e aquisições. 

 

Para endereçar o desafio de operar os ativos em um cenário de aumento da frequência e da severidade dos eventos climáticos extremos, a Motiva tem como parceiro a Climatempo, que fornece relatórios diários sobre as condições meteorológicas dos locais em que os ativos estão situados.  Por meio da ferramenta SMAC, a Companhia acompanha uma série de variáveis climáticas, como incidência de raios, volume de chuvas e velocidade dos ventos, bem como focos de queimada, nas regiões do País em que os seus ativos estão presentes.  

 

Os dados são disponibilizados aos Centros de Controle Operacional (CCO) das plataformas de negócio, que foram adaptados para exibir as informações em tempo real em painéis e telões para facilitar o monitoramento e a tomada de decisão pelos gestores.  O monitoramento é complementado por outros equipamentos instalados pela Motiva em pontos estratégicos das concessões, como pluviômetros e inclinômetros.  

 

Essas informações são utilizadas para acionar protocolos operacionais que protegem a vida de clientes e dos colaboradores da Motiva. Na concessionária RioSP, por exemplo, quando o volume de precipitação ultrapassa níveis pré-definidos, a empresa interrompe o fluxo de veículos na Rio-Santos, entre Ubatuba (SP) e Rio de Janeiro como forma de prevenção pelo risco de possíveis deslizamentos de terra ao longo da rodovia. O mesmo conceito também é aplicado pela ViaSul na operação da BR-386, no Rio Grande do Sul. 

 

Nesta frente de trabalho, a Motiva também tem um acordo de cooperação técnica com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para receber alertas de deslizamento de terra e inundação, como suporte ao processo de tomada de decisões. Em contrapartida, a Companhia fornece acesso às câmeras de monitoramento e aos dados dos seus sensores para auxiliar o trabalho do Cemaden na identificação de situações de emergência.   

 

“Nossa estratégia de resiliência climática irá garantir que cada ativo da Motiva esteja mais preparado para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, oferecendo mais segurança e garantindo a continuidade da prestação dos nossos serviços a todos os clientes que usam diariamente as nossas operações”, afirma Silva.  

 

 

Sobre a Motiva I Maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, atua nas plataformas de Rodovias, Trilhos e Aeroportos. São 39 ativos, em 13 estados brasileiros e 16 mil colaboradores. A Companhia é responsável pela gestão e manutenção de 4.475 quilômetros de rodovias, realizando cerca de 3,6 mil atendimentos diariamente. Em Trilhos, por meio da gestão de metrôs, trens e VLT, transporta anualmente 750 milhões de passageiros. Em Aeroportos, com 16 unidades no Brasil e três no exterior, atende aproximadamente 45 milhões de clientes anualmente. Foi a primeira empresa a abrir capital no Novo Mercado da B3 e compõe há 14 anos o hall de sustentabilidade da B3.